Angola Fala Só - Domingos da Cruz: "Caso Nito Alves demonstra falta de inteligência de quem está a governar"
Jornalista, escritor e professor Domingos da Cruz
Os angolanos não devem esperar que outros os defendam, mas devem exercer o seu direito de cidadania.
Imprensa livre ou não, imprensa que relata a realidade do povo ou a
realidade que o Executivo quer passar, aumento da criminalidade,
exercício da cidadania e o caso Nito Alves foram alguns dos tópicos
abordados pelos ouvintes que participaram no Angola Fala Só de hoje, 4
de Julho, com Domingos da Cruz, jornalista, escritor e professor.
Para Cruz a questão da não expansão do sinal e do alcance da imprensa privada serve a manutenção do status quo
que existe em Angola, um país que para ele não é democrático mas
autoritário a caminhar para o totalitarismo. Isto porque num Estado
autoritário, o poder controla todas as esferas da vida pública, exerce
hegemonia “o poder político decide que livro se deve ler, que músicos
merecem publicidade, que escritores merecem destaque em telejornais". É o
que ele considerou como a visão de um só grupo em como o país deve ser
dirigido.
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Sobre a questão de democracia ou não, Domingos da Cruz descreveu
Angola como um país que é só democrático na teoria, no papel, “mas
autoritário a caminhar para o totalitarismo,” pelo que o povo não é
chamado a participar pois isso só acontece num Estado democrático e de
direito. Em Angola, frisou, a realidade é outra e notou também que os
angolanos não devem esperar que outros os defendam, mas que devem
exercer o seu direito de cidadania.
Sobre a possibilidade da oposição se unir, Domingos da Cruz duvida:
”Não acredito que a oposição seja capaz de unir-se porque ela é mais ou
menos similar ao regime poder, a diferença é que uns detêm o poder
político, ou seja os governantes, e a oposição, que é uma farsa na
verdade porque a maior parte das pessoas que estão na oposição não são
pessoas eticamente correctas.”
Sobre o caso recente de Nito Alves, o convidado do Angola Fala Só
disse que não vai dar nada, e que o caso “demonstra falta de
inteligência de quem está a governar.”
Questionado sobre o aumento da criminalidade, Domingos da Cruz notou
que um dos factores desse fenómeno é o baixo nível de bem-estar da
população, apesar de existirem criminosos que o são por questão de
personalidade.
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