Sucessão de Santos ameaça estabilidade angolana
Lisboa
- A manutenção da estabilidade interna, entre a população e entre as
elites, tem sido chave para o crescimento económico em Angola e projeção
desse poder dos “petrodólares” além-fronteiras. Agora, a sucessão do
presidente José Eduardo dos Santos, alerta o investigador Gustavo
Plácido dos Santos, vem colocar nuvens carregadas no horizonte.
Fonte: África Monitor
“A ascensão de Luanda na
região, em África e na cena internacional é uma certeza”, afirma o
investigador do Instituto Português de Relações Internacionais e de
Segurança (IPRIS). Mas, alerta, a estabilidade vai ser posta à prova, 34
anos depois de José Eduardo dos Santos chegar ao poder. 
A
sucessão “irá possivelmente originar disputas de poder internas e mesmo
um levantamento social liderado pela oposição, que pode ameaçar o
regime, e assim minar o caminho estável que o país tomou desde o fim da
guerra civil”.
Entre os potenciais sucessores avultam o atual vice-presidente e ex- presidente da Sonangol, Manuel Vicente, mas também têm sido ventilados os nomes de Fernando Piedade Dias dos Santos (“Nandó”) e mesmo dos filhos de Santos.
CPLP, ator na segurança regional
Para
Plácido dos Santos, Angola quer ser um ator mais relevante em questões
de segurança regional, e não é de excluir um papel mais ativo da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que ainda está por
ser testada em operações de paz.
Apesar de a cooperação militar institucional dentro da CPLP não dever ser uma realidade a curto prazo, “o seu potencial não deve ser descurado”. “Os países de língua portuguesa não apenas têm profundos laços culturais e políticos, que em princípio poderiam facilitar consenso e cooperação, mas têm também interesses estratégicos partilhados na África sub-saariana”, afirma o investigador do IPRIS.
Plácido dos Santos recorda ainda que a CPLP integra economias em rápido crescimento, que podem dar-lhe um papel mais importante no continente. “Com isto em mente, Angola pode encabeçar o desenvolvimento de capacidades na CPLP de promoção da segurança e estabilidade, especialmente na Guiné-Bissau e à volta do Golfo da Guiné, e portanto avançar os seus interesses nacionais noutra frente”.
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